*** Agradecimentos a Raiza Marcela Arcanjo e a Letícia Brito de Andrade, por terem revisado o meu texto ***

Saudações a todos os espectadores do Super Nerd Elite Squad. Saibam vocês que nem só de vídeos vive este espaço! Haverá também textos para todos os desocupados entusiastas da cultura nerd!
Mas como pude ser rude? Vamos às apresentações! Eu sou Ranadin e... É isso! Sem mais delongas, vamos ao que interessa!
Como vocês bem sabem, o nome deste espaço é Super Nerd Elite Squad. Ou seja, é voltado à cultura nerd. Mas nem só de vídeo-games vivem estes apreciadores da cultura pop! Bons filmes, séries, teorias referentes às origens do Universo, diferentes sabores de cachorros-quentes, livros e várias outras coisas compõem nosso campo de interesse, pesquisa e obsessão! E é sobre este último item que trataremos hoje. Neste texto, falarei sobre a obra de um de meus escritores favoritos: John Ronald Reuel Tolkien, ou como é escrito em seus livros: J. R. R. Tolkien.
Bom, Tolkien foi o responsável pela criação de todo um universo que ele mesmo chamou de Eä, onde se localiza o mundo de Arda, que é onde se passa suas histórias. Vários livros foram escritos, mas focarei apenas em cinco deles: O Silmarillion (sua obra máxima), O Hobbit e a trilogia O Senhor dos Anéis (sua obra mais conhecida). Ah, só para deixar claro: farei análise dos livros, e não dos filmes d’O Senhor dos Anéis, limitando-me a apenas um ou outro comentário relacionado à adaptação feita. Ah, e a análise será feita por ordem cronológica da trama, e não por ordem de publicação. Então, comecemos por O Silmarillion!
O Silmarillion relata em detalhe as histórias da Primeira Era de Arda (que pode ser chamada de Era dos Elfos) e, de forma mais breve, a Segunda Era de Arda, conhecida como Era de Númenor, e cita de leve a Terceira Era, que é a retratada em O Hobbit e O Senhor dos Anéis. O livro começa com o deus do mundo, chamado de Erú Ilúvatar, criando o Universo, começando pelos Ainur (em apenso: vários dos termos Tolkienianos adicionam um “r” ao final para simbolizar o plural. Por exemplo: Ainu, Ainur), que seriam representações alegóricas dos anjos, e passando a eles músicas para serem tocadas em forma de sinfonia. Essa sinfonia seria o instrumento para dar forma ao mundo que Erú pretendia criar. Mas um dos Ainur, Melkor, resolveu se rebelar, e começou a escrever melodias próprias para se contrapor às melodias compostas por Erú, numa sede de possuir o mesmo poder de criação que seu criador possuía, influenciando outros a seguirem seu compasso e mudando assim a forma originalmente planejada para Arda. Sim, meus caros amigos: esta é uma representação quase exata daquilo que conhecemos como o Gênesis judaico-cristão. Tolkien teve influências bíblicas, por ele mesmo ser um cristão fervoroso, e Melkor é uma alegoria a Lúcifer, o anjo mais querido por Deus e que se rebelou e se tornou Satan, o desafiador. Pois Melkor, mais tarde, receberá a alcunha de Morgoth, o Sinistro Inimigo do Mundo.
A influência com outras mitologias é percebida quando se observa a própria relação dos Ainur entre si, com o termo Valar sendo aplicado para os Ainur superiores, e o termo Maiar sendo usado para os Ainur de classe inferior; e, ao se estabelecerem como governantes supremos de Arda, os Ainur assumem papéis que se assemelham ao dos deuses gregos e nórdicos.
Dos Valar, temos Manwë, o mais poderoso ainu depois de Melkor e governador supremo, Senhor dos Ventos e das aves; Varda, esposa de Manwë e senhora das estrelas; Ulmo, Senhor das Águas; Aulë, Senhor da Terra e do Ferro, mestre em todos os ofícios e criador dos Anões; Yavanna, esposa de Aulë e senhora das plantas; Námo, guardião das mansões dos mortos (por isso, tanto Ainur quanto elfos e homens se referem a ele pelo nome destas, Mandos); Vairë, esposa de Mandos, a Tecelã; Irmo, senhor dos sonhos, guardião dos jardins de Lórien, nome este que passa a ser muito conhecido algumas eras depois; Estë, esposa de Lórien, senhora dos curandeiros; Nienna, aquela que chora pelos ferimentos que Melkor causou ao mundo; Tulkas, o lutador; Nessa, esposa de Tulkas e senhora dos cervos; Oromë, irmão de Nessa, senhor dos cavalos e das Florestas; e, por fim, Vána, esposa de Oromë e irmã de Yavanna, senhora das flores.
Dos maiar, temos como exemplo Sauron, general dos exércitos de Morgoth e seu mais fiel seguidor; os balrogs; os navegadores do sol e da lua e os istari, maiar que assumiram corpos humanos (na forma de velhos magos) e limitaram seus poderes, indo vagar entre os povos da Terra-Média. Nesse grupo estão presentes Gandalf, Saruman e Radagast. Há outros dois magos, mas não são importantes.
Não há figuras relacionadas a sentimentos como amor e paixão, ou instituições como o casamento. As figuras divinas de Tolkien estão mais relacionadas com os elementos naturais do mundo, como terra, água e vento. Mandos desempenha mais ou menos o papel de Hades e das Parcas, ao guardar os mortos e realizar as previsões do futuro do mundo, mas não é responsável por decidir quem vive e quem morre.
Arda é dividida em dois grandes núcleos: Aman e a Terra-Média. Aman é o continente do oeste onde fica Valinor, a terra abençoada onde habitam os Valar e os altos-elfos. A Terra-Média é a terra onde os Valar moraram no período chamado de Primavera de Arda, que antecede a Primeira Era, onde vivem os elfos que não quiseram seguir até Valinor, os anões e os humanos, e onde se passa a maior parte das histórias.
Mas isso não seria um comentário sobre O Silmarillion se eu não falasse delas: as Silmarilli! Um breve resumo: em Valinor existiam duas árvores de luz: Telperion, de luz prateada, e Laurelin, de luz dourada. Dessas duas árvores, Fëanor, o mais habilidoso de todos os ferreiros élficos, captou delas a luz e criou três pedras, e as chamou de Silmaril (Silmarilli no plural). Ao descobrir sobre as jóias, Melkor arquiteta um plano para o roubo destas e destruição das árvores e, para auxiliá-lo, chama Ungoliant, espírito em forma de aranha, mãe de Laracna (Shelob, pra quem acompanhou O Senhor dos Anéis em inglês), eternamente faminta. Chegando às árvores, Ungoliant sugou até a última gota de luz de ambas, crescendo tanto que Melkor ficou com medo. Com isso, Valinor caiu em completa escuridão. Yavanna poderia restaurar as árvores com ajuda das Silmarils, mas Fëanor, orgulhoso, se recusou a dar as pedras, pois as considerava propriedade sua e sua obra artífice máxima. Com medo das pedras serem roubadas, ele as escondeu na fortaleza de Formenos, mas Melkor assaltou a fortaleza, roubando as pedras e assassinando Finwë, pai de Fëanor. É então que Fëanor dá a Melkor a alcunha Morgoth, o Sinistro Inimigo do Mundo, e faz com que todos os noldor (casa de elfos a qual Fëanor pertencia) preste o Juramento de Fëanor, que consiste em caçar a Morgoth ou a todo ser vivo, seja vala, maia, balrog, orc, humano ou qualquer ser ainda não nascido que esteja com as pedras em mãos e se recuse a devolvê-las a seus legítimos donos. O juramento foi feito em nome de Ilúvatar, tendo Manwë e Varda como testemunhas. E assim começa a grande busca pelas Silmarils.
Este é, simplesmente, o fato mais importante que já aconteceu no universo Tolkieniano. Basicamente, sem esse acontecimento, não teríamos Númenor, não teríamos a existência de sol e lua, não teríamos a Guerra da Ira, os Anéis de Poder e todo o resto. Este simples acontecimento gerou uma reação em cadeia que conduziu toda a história do universo tolkieniano, e só por isso já vale a pena ser conferido.
O Silmarillion, diferente de boa parte dos livros de fantasia, não possui realmente um protagonista. Ou, melhor dizendo: Arda é seu protagonista. Porque ele é um livro que se centra quase que totalmente no universo, em vez de nos personagens em si. Aliás, nem teria como centrar em personagens, quando a trama do livro percorre mais de dois mil anos de história, e nisso há muitos nascimentos, mortes, grandes eventos, grandes histórias (Beren e Lúthien, Turin Turambar, Fingolfin contra Morgoth, Fraticídio de Alqualondë, e por aí vai). Podemos vê-lo como se fosse uma bíblia de Arda, porque, vejamos:
1 – É uma coleção de contos em ordem cronológica;
2 – Possui um gênesis do mundo onde se ambienta a história;
3 – Por uma leitura das entrelinhas, percebe-se também um certo código de conduta a ser seguido;
4 – Ao final do livro, Mandos realiza uma profecia que se assemelha ao Apocalipse cristão.
Como os outros livros de Tolkien, O Silmarillion é de uma leitura difícil, que exige dedicação, pois, apesar da história ter um ritmo bem rápido, ela tem seus momentos excessivamente descritivos, e o estilo de narrativa excessivamente pomposo pode ser incômodo a quem não tem muita prática com leitura. Mas o considero mais fácil de ler do que os livros de O Senhor dos Anéis.
Bom, vamos ao segundo livro: O Hobbit.
Há uma história engraçada que diz respeito à confecção do livro: Tolkien, quando era professor universitário, encontrou um papel em branco jogado na sala, e, sabe-se lá por qual motivo, escreveu: “Em uma toca no chão, vivia um hobbit”. Essas palavras futuramente viriam a ser as palavras que introduziriam sua primeira grande obra.
O Hobbit conta a história de Bilbo Bolseiro, um hobbit descendente da família dos Tûks, famosos por sua sede de aventura, e, claro, dos Bolseiros, famosos por seu comportamento caseiro. O lado Bolseiro de Bilbo sempre falou mais alto e, por causa disso, sempre viveu uma vida pacata em seu “pequeno buraco”, chamado Bolsão, cobiçado por todos os hobbits. Um dia, o mago Gandalf, o Cinzento faz uma visita à sua casa, junto com treze anões, para convidá-lo a aventura até a Montanha Solitária, onde eles possuem um enorme tesouro, que está sendo guardado pelo dragão Smaug. Gandalf temia o azar relacionado ao número treze, e por isso teve a idéia de recrutá-lo. Os anões acham a idéia ridícula, mas resolvem chamá-lo para atender as demandas de Gandalf. Bilbo reluta em ir, mas acaba aceitando a contragosto.
O Hobbit é, basicamente, uma aventura. Bilbo se reúne com uma turminha da pesada, cheia de energia, que apronta altas confusões nesta aventura pra lá de irada, que não vai te deixar parado. Eles viajam, chegam a Valfenda, encontram elfos, recebem conselhos do Elrond, seguem viagem novamente, lutam, se perdem do Bilbo, Bilbo se mete em mais confusões... E encontra um anel. Sim, meus caros. Ele encontra o Um Anel. É neste livro que há o fatídico encontro entre Bilbo e Góllum. É neste livro que há o jogo de charadas entre os dois. É aqui que ocorre a famosa pergunta: “O QUE HÁ NO MEU BOLSO?”. Enfim, aqui acontece o fato que desencadeará os eventos que ocorrem em O Senhor dos Anéis, que discutiremos posteriormente.
O Hobbit foi o primeiro livro da saga da Terra-Média a ser escrito e, diferente dos outros livros principais, ele possui uma atmosfera bem mais leve, e uma narrativa mais simples, mais fácil de seguir, sem tantas descrições longínquas sobre o índice de refração da luz polarizada incidida na folha verde-oliva do quarto jardim da quinta casa da vila dos Brandebuques. A narrativa tem o seu “quê” de contos de fadas, como uma bolsa falante, os trolls se petrificando ao sol (não pelo fato em si, mas a forma como é narrado), e certos momentos, como “mas Bilbo foi muito esperto e...” e aí vocês já viram. Aliás, Tolkien faz uso do narrador onisciente, muitas vezes já deixando claro o resultado de certos acontecimentos antes mesmo de começar a narrá-los. Em Silmarillion o uso desse narrador é excessivo. Em O Hobbit é mais dosado, mas ainda ocorre, talvez pela postura mais leve que ele adota, talvez por ser o primeiro livro publicado de Tolkien, quem sabe.
Mas não pense que O Hobbit é só floreios e passeios. As batalhas acontecem no livro. Lembrem-se vocês de que temos um dragão nessa história, e também temos orcs. Temos treze anões de pavios bem curtos. E temos a presença de Glóin, pai de Gimli, e Balin, aquele que aparece no túmulo das Minas de Moria n’A Sociedade do Anel, quem se lembra disso?
Bom, acho que já falamos o suficiente sobre O Hobbit. Então vamos para O Senhor dos Anéis.
O Senhor dos Anéis. Creio que todos aqui sabem bem a trama, mas vamos lá. Essa trilogia conta a saga de Frodo, sobrinho de Bilbo, até a Montanha da Perdição, para destruir o Um Anel, o mesmo que Bilbo encontrou 60 anos antes. E não irá sozinho: terá a companhia de Gandalf, o Cinzento; Aragorn, filho de Arathorn; Gimli, filho de Glóin; Legolas Folhaverde, da Floresta das Trevas; Boromir, de Gondor; e Samwise Gamgi, Meriadoc Brandebuque e Peregrin Tûk, do Condado.
Bom, todos conhecem a trama de O Senhor dos Anéis, mas poucos realmente sabem: o que, na verdade, é o Um Anel? Bom, o Akalabêth, n’O Silmarillion, e o Apêndice B de O Senhor dos Anéis mostram todo o processo. Após a Guerra da Ira, Sauron, sob a faceta mais bela que pode assumir e com um nome falso, convenceu os elfos das forjas de Eregion a confeccionar aqueles que seriam chamados de Os Anéis de Poder. Celebrimbor, neto de Fëanor, confeccionou os Três Anéis élficos. Outros anéis foram forjados: seis para os anões, nove para os humanos. Sauron, então, em segredo, forjou um anel nas Montanhas da Perdição para ser o mais poderoso entre todos, e assim escravizar seus portadores, e para isso encerrou parte de sua própria essência no anel (e aqui surge a inspiração para as horcruxes de J. K. Rowling), fazendo que o anel e Sauron fossem um só. Os elfos, percebendo a influência de Sauron nos anéis, esconderam os seus, e por isso não foram dominados, o que infelizmente aconteceu com os anões e os humanos. Daqui surge aquele verso:
“Três Anéis para os Reis Elfos sob este céu
Seis para os Reis Anões, em seus salões de pedra
Nove para os homens mortais, fadados ao Eterno Sono
Um Anel para o Senhor do Escuro, em seu Escuro Trono
Um Anel para a todos governar
Um Anel para encontrá-los
Um Anel para a todos trazer
E na escuridão aprisioná-los
Na Terra de Mordor, onde as sombras se deitam”
O Senhor dos Anéis é o mais difícil dos três de ser lido (considerando os três livros como um só aqui). É o mais descritivo, o que possui mais partes que se arrastam e é o que mais demora a entrar na parte principal da trama. Aqui vou ser meio controverso, e isso pode gerar polêmicas entre os fãs da obra tolkieniana, mas as adaptações feitas para o filme (pelo menos as do primeiro livro) foram favoráveis, para não dizer necessárias. Vejamos A Sociedade do Anel se desenrola, no livro: Bilbo tem sua festa de aniversário, dá o anel para o Frodo, Gandalf viaja para pesquisar mais sobre o anel, dezessete anos se passam, Gandalf volta e explica sobre o Anel para o Frodo, Frodo vende a casa dele e segue pra vila dos Buques junto com Sam (Samwise, seu jardineiro), no trajeto encontram Pippin (Peregrin) e Merry (Meriadoc) já esperando os dois em pôneis, eles vão pra vila dos Buques, chegam à nova casa do Frodo , tomam um banho de cinco horas, cantam musiquinhas, a incendeiam, vão rumo à Floresta Velha, se encontram com Tom Bombadil, conversam com ele , mais cantoria, saem em viagem novamente, as criaturas tumulares os prendem, Tom Bombadil os resgata, para só então eles chegarem em Bri. E em Bri acontece mais um monte de coisas e mais música, porque onde há um hobbit, sempre há música até esbarrarem com o Aragorn. São uma porção de fatos que, sim, enriquecem a trama individual dos personagens e um pouco do universo, mas não dá andamento à trama principal nem funcionaria se fosse colocado em filme (não assisti as versões estendidas ). Com todos esses cortes, cada um dos filmes tem quase três horas de duração em suas versões não-estendidas. Agora, imaginem se colocassem tudo isso. Segunda adaptação benéfica: a exclusão do elfo Glorfindel, que serve apenas para levar o Frodo a Valfenda (não estou ignorando a luta dele contra o balrog na Queda de Gondolin, mas isso não diz respeito a O Senhor dos Anéis) e a substituição dele pela Arwen, que possui maior importância na trama e, no entanto, mal aparece nos livros. Só sabemos mais dela ao lermos os Apêndices, depois que o terceiro livro foi encerrado. Na trama em si ela só aparece em Valfenda e pronto. Essa aparição dela, além de lhe dar bem mais tempo de tela, faz com que as pessoas que só viram os filmes percebam sua presença e altivez.
Já um fato que ocorre no livro que é extremamente interessante e que ficaria muito bom nos filmes é quando Gandalf e Frodo estão em Bolsão, conversando sobre o Um Anel, e Frodo sugere jogá-lo fora. Gandalf olha para ele e simplesmente diz: “Se gostaria de jogá-lo fora? Então tente.”. Frodo tira o Anel do bolso, se prepara pra jogar e.... Começa a olhar para o Anel, passando o dedo nele, como se fizesse carinho e, sem perceber, o recoloca no bolso. Esse ponto mostra muito bem como o Anel exerce influência em seu portador, e o filme se beneficiaria muito se tivesse colocado isso. Não tomaria mais do que alguns minutos de cena.
E uma mudança feita, sobre a qual tenho sentimentos um tanto ambíguos, é a passagem na montanha de Caradhras. Quem viu os filmes, lembra que Saruman lança feitiços na montanha, impedindo que a comitiva passasse por ela. No livro, no entanto, a coisa muda de figura. Não há qualquer interferência do Saruman na montanha. O que os impede na travessia de Caradhras é um espírito antigo e maléfico que habita as montanhas. Elevar a figura de Saruman ou manter-se fiel à obra e enriquecer o universo? Vocês decidem.
As alterações no segundo filme, no entanto, comprometem a experiência. Se no primeiro filme a aparição da Arwen foi um benefício, no segundo ela é desnecessária. Empobreceram a persona de Faramir (pelo menos em minha opinião), ao deixá-lo mais vulnerável ao Anel, sendo que nos livros ele é mais calmo e não é influenciado pelo seu poder. No livro, não há qualquer traço de dúvida em Gandalf sobre levar os habitantes de Rohan ao Abismo de Helm, atitude à qual ele se opõe nos filmes. E a adição do auxílio de Galadriel na batalha do Abismo de Helm meio que enfraquece os humanos. O emburrecimento dos ents para mim foi algo imperdoável. No livro os ents se portam de forma extremamente sábia, e a grande discussão entre eles é se valeria a pena fazer o assalto a Isengard ou não, e decidem por fazer o assalto! Barbárvore não precisou ver a destruição, por um único motivo: ele já estava ciente dela desde o início! Além disso, há os fatos do livro que foram transferidos para o terceiro filme, como, por exemplo, toda a parte da subida da escadaria Cirith Ungol e a luta contra Shelob, que, no livro, ocorrem em As Duas Torres. Para o Retorno do Rei resta apenas a batalha dos Campos de Pelennor e a luta nos portões de Mordor. Alterações mínimas foram feitas, como o exército dos Mortos auxiliando apenas na tomada dos barcos dos piratas do sul, e não na grande batalha em si, e a retirada da pequena batalha dos hobbits pela retomada do Condado, que fora sitiado por Saruman e Gríma Língua de Cobra.
Outra alteração que me incomodou foi o fato de o Saruman servir a Sauron. Quem leu os livros sabe que o que ele queria não era servir ao Senhor do Escuro, e sim ter o Anel para usufruir de seu poder. Saruman não tinha mestre. É bem provável que, se Saruman tivesse vencido a batalha em Rohan e derrotado o levante dos Ents contra Isengard, o próximo passo seria levar o exército dos Uruk-Hai para combate contra as tropas de orcs de Mordor. Isengard e Mordor nunca foram aliadas.
As influências tolkienianas estão por todos os lugares. Estão nos livros de Christopher Paolini, na obra de Harry Potter em pequenas doses, está fortemente presente nos RPG’s de ambientação medieval, seja single-player, MMO, de mesa ou TCG (sem esquecer das n bandas cujas letras são influenciadas ou relacionadas às história). Se você gosta de fantasia, você irá esbarrar com influências deste senhor por todos os lados. Portanto, se você se diz um fã de literatura fantástica, ou de qualquer coisa relacionada à fantasia, é leitura obrigatória!

3 Responses so far.

  1. Meel Jacques says:

    Com certeza é leitura obrigatória.
    Eu só li "O Senhor dos Anéis" e preciso ler urgentemente "O Silmarillion".
    Sério, essa sua "review" está muito linda. *-*
    Fiquei morrendo de vontade de ler todos os livros John Ronald Reuel Tolkien.
    Parabéns, você está incentivando as pessoas à lerem a verdadeira fantasia.

  2. Rebeca says:

    Ótima resenha!
    Li todos os livros, e concordo com muita coisa do que você disse, principalmente sobre os elfos ajudando no Abismo de Helm. A ajuda que os humanos tem são das árvores (deu pink e acabei de esquecer o nome delas), coisa que tem na versão estendida. Só que na versão estendida fica a ajuda dos elfos e das árvores. Completamente desnecessário.
    Estou com os Contos Inacabados e Os filhos de Húrin aqui para ler!
    Beijos!

  3. Naiara says:

    as árvores= ents

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